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“Até 1850, o carnaval era chamado de Entrudo e compunha-se de diversos jogos que, desde o século XVII, dividiram a opinião das elites e autoridades, que passaram a considerá-los ‘perigosos, sujos e grosseiros’. Em meados do século XIX, esses jogos dividiram os espaços com o chamado “carnaval elegante” — composto de bailes de máscaras, dos “préstitos” das grandes sociedades carnavalescas que exibiam ricos carros alegóricos, e do corso de carros enfeitados — praticado pelas famílias endinheiradas, em sintonia com os seus desejos de refinamento e de adesão aos parâmetros de modernidade que se projetavam para o país.

Tal sonho “modernizador” prosseguiu com a República que instituiu novas regras para a participação dos carnavais de rua e dos clubes, definindo a obrigatoriedade de inscrição na polícia, das sociedades/clubes, cordões, blocos ou grupos e o pagamento de taxa à Prefeitura, se quisessem desfilar, com seus préstitos, nos espaços públicos, ou realizar os bailes carnavalescos. Ou seja, essas agremiações deveriam registrar-se na Secção de Divertimentos Públicos da Prefeitura Municipal, preenchendo fichas, definindo as cores que seriam usadas pelo agrupamento carnavalesco nas apresentações e pagando as respectivas taxas para receber o alvará de autorização para os eventos em espaços fechados ou na rua. Para garantir o controle, no próprio dia de carnaval, era preciso ir à Prefeitura carimbar o estandarte”.

Lopes da Silva, Zélia. “A memória dos carnavais afro-paulistanos na cidade de São Paulo nas décadas de 20 e 30 do século XX”. Diálogos (Maringá. Online), v. 16, supl. Espec., pp. 37-68, dez./2012.Be Nacional

Foto: [Carnaval de Rua], 1900-193?. Brasiliana Fotográfica/Biblioteca Nacional

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