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Afora da Moda 

[Ciclo de debates em parceria com o Centro Cultural São Paulo – Maio, 2019]

O que faz da Moda a filha favorita do capitalismo não são as cores da estação, mas os
materiais que ocupam as passarelas nos desfiles sazonais e guardam relação direta com o sistema de produção. O fenômeno do fast fashion só é possível em função da transformação das relações de trabalho e transnacionalização da produção de peças.

As tendências se apoiam nas expectativas de futuro e experiências de passado dos diversos grupos que buscam na moda um recurso de afirmação ou diferenciação de sua identidade. Identidade, por sua vez, que pode ser facilmente apropriada ou alterada segundo as leis de mercado ou a estética almejada, levando ao lucro com determinado grupo étnico mas à não responsabilização por sua marginalização e exploração.

O gênero pode ser subvertido pela Moda. A Moda não pode subverter o Capital.

Durante a 1a Mostra do Avesso @CCSP, a História da Disputa: Disputa da História foi convidada a construir uma série de debates que trouxessem uma crítica construída desde fora da Moda mas que justamente por isso elencasse questões profundamente enraizadas nos processos estéticos e éticos que envolvem o mundo fashion. Nesse período, construímos coletivamente algumas premissas que aparecem nesta publicação, ao lado de referências que em forma de provocações nos levaram por um trajeto heterogêneo, diverso, coletivo e horizontal, e ,exatamente por isso, extremamente poderoso.

O que se tem em mãos, portanto, é resultado de todos que passaram por nosso tatame nesses dias. A quem se dispôs a trocar, sempre nossa gratidão pelo aprendizado.

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